domingo, 28 de novembro de 2010

Tropas do deserto

Muito antes dos actuais soldados "Desert Viper" verem a luz do dia, só em 1991 (EUA) os Cobra tiveram os seus primeiros especialistas nas áridas e desérticas zonas arenosas. Os "Escorpiões do Deserto" eram treinados para imitar os animais que lhe davam nome. Segundo os seus ficheiros, ninguém pedia para ser um Desert Scorpion. Cumprir serviço naquelas unidades era um castigo aplicado a um qualquer Viper que não tivesse cumprido a sua missão.


Nessa mesma linha (que chegou a Portugal em 1993) viria também uma segunda versão original de Dusty(com Sandstorm - o seu coiote de estimação), o especialista em operações no deserto dos G.I.Joe. Pelo meio, nos EUA foi lançada uma versão Tiger Force da figura original, mas nunca  lançada em Portugal.

Dusty 1985 (esq) and 1991 Dusty & Sandstorm (dta)

A diferença entre a versão que chegou a Portugal com a primeira série "portuguesa" de 1987 (à esquerda) e a de 1993 (à direita) não reflecte bem o caminho que a linha estava a tomar, uma vez que em 1991(EUA) ainda haviam bons exemplos do poder desta marca e os desenhos animados da DIC que iam já para a segunda série, ajudavam a manter a procura, embora com uma quebra acentuada nas vendas. No entanto, entre os dois, é natural que se perceba que a versão original seja mais detalhada e mais "realista". E fazendo parte da série de 1987 (POR), tem certamente um lugar especial nos corações dos coleccionadores portugueses. 

1987
Sendo uma rara referência, e tendo acidentalmente sido encontrada, decidi mostrar esta foto comigo (à esquerda) e um amigo meu.  Sendo que falamos do Dusty (que tenho na mão direita), pode ver-se também o Storm Shadow, na esquerda. Esta foto é especialmente interessante porque não deixa qualquer dúvida quanto ao contexto temporal. O meu amigo está a jogar "Bomb Jack II" no meu Timex 2048!

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Bisnagas aéreas

Em 1994, dando seguimento à transformação da melhor colecção de figuras de acção em algo banal, chegava a Portugal mais uma novidade da linha: A bisnaga de água aérea!


Usando como plataformas modelos de aeronaves com silhuetas conhecidas e deixando para trás a complexidade na construção dos veículos que tinha tornado esta colecção única, estas bisnagas de água eram mais um passo a caminho do precipício.


No caso do Storm Eagle, o então novíssimo YF22 (que viria a ser o F22 Raptor) era uma mescla de coisas que não combinam. Os autocolantes que não sendo já feitos de vinyl e sendo fabricados em papel autocolante, extremamente frágeis à água... neste caso era uma opção no mínimo duvidosa na competência.


O Cobra Liquidator a usar linhas do Saab Drakken,  era de facto um desenho que havia sido deixado na gaveta há muitos anos. As suas linhas tinham sido usadas tantos nos desenhos animados da Marvel/ Sunbow (que nunca rodaram em Portugal - pelos meios oficiais) como pelas bandas desenhadas também da Marvel. Era uma das silhuetas "inimigas" mais conhecidas dos "Joes".


Ambos os veículos partilhavam várias partes, como é visível na imagem acima. Mais uma vantagem para o fabricante e menos uma razão de interesse para o coleccionador. A linha estava cada vez mais a moldar-se ao mercado quando até aí era quase o contrário. Foi uma altura triste, porque o fim se adivinhava cada vez mais próximo.


Modo de "pistola de água". A água era inserida retirando a válvula amarela na base do punho e saía em pressão pelo orifício visível no nariz da aeronave. Aqui vemos o Liquidator, mas como puderam observar antes, o Storm Eagle era igual. Funcionava bem, mas para não danificar os autocolantes, apenas experimentei um deles e apenas uma vez.


Originalmente lançados em 1992 nos EUA, estes ATF (Advanced Tactical Fighter) pertenciam à série 11 e o detalhe era existente apenas em molde. Os "cockpits" eram o mais simples possível e nem instrumentos traziam. Os trens de aterragem embora funcionais, eram uma sombra muito negra do passado e tudo o resto acompanhava no mesmo sentido. Eram bons para estarem quietos. Comprei os meus em Algés, numa loja que estava a fechar e mesmo assim, tive de largar 4.000 escudos por cada um (cerca de 20€). Demasiado para o que valiam. Lembro-me que nessa altura passava tardes a telefonar para as lojas de brinquedos da zona da Grande Lisboa a perguntar: "Tem alguma coisa de G.I.Joe?". Por isso desculpem-me aqueles que foram procurar em anos que se tenham seguido... porque eu limpava tudo o que encontrava. Mesmo contrariado com a injustiça dos preços na maior parte das vezes.  

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Paralelismo

Em 1988 era lançado o 2º catálogo em Portugal. Neste, faria parte o Polar Battle Bear (Skimobile) que curiosamente fazia também parte da 2ª série original norte-americana. A diferença é que nos EUA foi lançado em 1983 e em Portugal em 1988. 


Na imagem estão "estacionadas" as duas versões. Action Force, a versão que chegou em 1988, e a versão original G.I.Joe. Como todos os veículos desta coloração, extremamente frágeis e sensíveis ao calor e exposição ao sol.


Era um dos veículos mais comuns entre entusiastas. Era muito fácil de encontrar, e o preço era convidativo. Difícil é encontrar actualmente um Skimobile em perfeito estado de cor. Os cantos e curvas ficam rapidamente amarelados. O meu 1º Polar Bear foi comprado em 2ª mão e não trazia apoio para as figuras que fossem atrás (o veículo transporta 3) e vinha sem os canhões e mísseis (fáceis de perder).


A mecânica era típica de brinquedos dos anos 80: funcional e realista. Os canhões moviam-se de um lado para outro por meio de uma "patilha", e os "skis" eram independentes desse movimento, podendo assim disparar para um lado e mover o veículo para outro.


Um skimobile do meu "cemitério", ou oficina para futura "customização".  Exemplo do que referia acima. Deixar um veículo destes ao sol uma semana ou outra é o suficiente para obter este resultado...  

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Escondam a prata!

Com a série que estreou em Portugal (1987), chegaram dois dos principais líderes dentro dos Cobra. Já aqui os referi, mas hoje com um deles, exploramos mais um pouco do mundo dos "Dreadnoks".


Os Dreadnoks eram uma facção que era leal aos Cobra por defeito, ou seja em comparação aos G.I.Joe. Eram um grupo com deliberado asco à autoridade e como os Cobra pagavam e bem, a aliança mantinha-se em termos que ambas as partes entendiam.


O líder era Zartan, um mestre do disfarce. Uma figura original de 1984 nos EUA, chegou a Portugal com a 1ª série, em 1987. Vinha como piloto do "Camaleão", um esquife a jacto que usava para percorrer os pântanos que rodeavam a sua base. Tanto o veículo como parte da figura eram feitos de um plástico sensível à luz solar e que voltava à cor original quando em contacto com frio.


Na sua mochila, trazia uma face que se encaixava no capuz da figura, mostrando assim a mestria do personagem. Esta é das poucas figuras que não traz parafuso nas costas e como tal, quase impossível de reparar quando danificada. O meu 1º Zartan ficou decapitado numa queda aparatosa e nunca mais foi o mesmo! os painéis transparentes que vêem no peito e pernas são removíveis e traziam autocolantes que eram também eles sensíveis à luz solar.


Com a 1ª série em Portugal, viriam também dois dos mais carismáticos personagens dos "Dreadnoks" (ou terroristas, como foi aparentemente traduzido em Portugal pelos entusiastas da linha). Ripper e Buzzer eram o duo de comédia indispensável em qualquer série, filme ou BD. Não eram mostrados como muito inteligentes, embora na sua ficha original eram ambos tidos como brutais e competentes. Buzzer inclusivamente teria sido investigador de sociologia que ficou agarrado ao fenómeno dos gangs


No ano que se seguiu (em Portugal) chegariam os irmãos de Zartan. Zarana, uma assassina profissional, e Zandar, batedor. Tal como o irmão, ambos mestres do disfarce e foto-sensíveis. Como figuras, também mudam de cor. O meu 1º Zandar foi comprado a um rapaz que era norte-americano e a 1ª Zarana que esteve nas minhas mãos, pertencia a um rapaz sul-africano. Bastante internacional! Resta referir que os irmãos de Zartan pertenciam à série 5 (1986 EUA).


No mesmo ano de 1988, a Portugal chegaria também outro terrorista. Recém chegado aos grupo por meio de "casting", Monkeywrench seria a par de Thrasher outro elemento de competente loucura no gang. Obviamente fã de explosões, acabou por dar muito jeito como perito em explosivos e demolições. O meu 1º Monkeywrench foi comprado no Jumbo por 595 escudos (cerca de 3€) e vinha defeituoso. Para lá de reparação. Sendo que era o único, acabei por não ter outro remédio senão habituar-me à sua "deficiência" que advinha de uma falha de construção que tornava a sua cabeça constantemente solta.