sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Bisnagas aéreas

Em 1994, dando seguimento à transformação da melhor colecção de figuras de acção em algo banal, chegava a Portugal mais uma novidade da linha: A bisnaga de água aérea!


Usando como plataformas modelos de aeronaves com silhuetas conhecidas e deixando para trás a complexidade na construção dos veículos que tinha tornado esta colecção única, estas bisnagas de água eram mais um passo a caminho do precipício.


No caso do Storm Eagle, o então novíssimo YF22 (que viria a ser o F22 Raptor) era uma mescla de coisas que não combinam. Os autocolantes que não sendo já feitos de vinyl e sendo fabricados em papel autocolante, extremamente frágeis à água... neste caso era uma opção no mínimo duvidosa na competência.


O Cobra Liquidator a usar linhas do Saab Drakken,  era de facto um desenho que havia sido deixado na gaveta há muitos anos. As suas linhas tinham sido usadas tantos nos desenhos animados da Marvel/ Sunbow (que nunca rodaram em Portugal - pelos meios oficiais) como pelas bandas desenhadas também da Marvel. Era uma das silhuetas "inimigas" mais conhecidas dos "Joes".


Ambos os veículos partilhavam várias partes, como é visível na imagem acima. Mais uma vantagem para o fabricante e menos uma razão de interesse para o coleccionador. A linha estava cada vez mais a moldar-se ao mercado quando até aí era quase o contrário. Foi uma altura triste, porque o fim se adivinhava cada vez mais próximo.


Modo de "pistola de água". A água era inserida retirando a válvula amarela na base do punho e saía em pressão pelo orifício visível no nariz da aeronave. Aqui vemos o Liquidator, mas como puderam observar antes, o Storm Eagle era igual. Funcionava bem, mas para não danificar os autocolantes, apenas experimentei um deles e apenas uma vez.


Originalmente lançados em 1992 nos EUA, estes ATF (Advanced Tactical Fighter) pertenciam à série 11 e o detalhe era existente apenas em molde. Os "cockpits" eram o mais simples possível e nem instrumentos traziam. Os trens de aterragem embora funcionais, eram uma sombra muito negra do passado e tudo o resto acompanhava no mesmo sentido. Eram bons para estarem quietos. Comprei os meus em Algés, numa loja que estava a fechar e mesmo assim, tive de largar 4.000 escudos por cada um (cerca de 20€). Demasiado para o que valiam. Lembro-me que nessa altura passava tardes a telefonar para as lojas de brinquedos da zona da Grande Lisboa a perguntar: "Tem alguma coisa de G.I.Joe?". Por isso desculpem-me aqueles que foram procurar em anos que se tenham seguido... porque eu limpava tudo o que encontrava. Mesmo contrariado com a injustiça dos preços na maior parte das vezes.  

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