domingo, 23 de janeiro de 2011

Gémeos

No catálogo de 1988 (Portugal) vinha um par de figuras de peso na hierarquia Cobra. Os Gémeos Tomax e Xamot, comandantes da Guarda Sanguinária (Crimson Guard).


Originais de 1985 (USA), os Twins eram a face empresarial da organização Cobra. O lado administrativo. Embora os tentáculos da organização terrorista tivesse outras fontes de "contorno" da lei como a Arbco, Naja Hanna Video Corp, entre outras. A empresa destes gémeos, Extensive Enterprises, lidava directamente com as necessidades dos Cobra e era esta a função para a qual fora criada, embora num universo paralelo houvesse uma ideia que já existia antes de ser "adquirida" pelos Cobra.



Quando não combatiam de fato e gravata a lutar pelos interesses dos Cobra, os Twins eram também admiráveis oponentes no campo de batalha militar liderando as tropa de elite Crimson Guard em perigosas missões.




Aproveitando a teoria da sensibilidade comprovada dos gémeos idênticos, a história de Tomax e Xamot era constantemente paralela e muitas vezes levada ao exagero. Quando um se encontrava numa situação dolorosa, essa dor era sentida pelo outro e assim acabavam por bater em retirada com as suas tropas. No entanto, essa ligação era geralmente mais útil do que comprometedora, sendo que lhes permitia transmitir ideias entre si sem proferir uma palavra e dando origem às interessantes linhas de diálogo que um iniciava e outro terminava.


Tomax e Xamot eram imagens espelhadas um do outro. A única diferença visível entre eles era a cicatriz que Xamot apresentava na face do lado esquerdo. Curiosamente, a cicatriz passou para o lado direito na série de TV da Sunbow/ Marvel (que nunca passou oficialmente na TV portuguesa mas alguns de nós podiam ver por satélite).


Os Crimson Guard Commanders eram figuras excepcionais. Embora inversamente iguais entre si, eram diferentes de todas as outras a muitos níveis. Eram figuras de comando, de facto. A pintura (em camadas e altamente frágil), o detalhe, a imagem, mostravam desde logo que não eram "simples" números. Eram líderes. A minha primeira parelha de gémeos sofreu muito e acabou por ter de ser substituída por outra. Todos os entusiastas que conheci e que os tenham tido na sua infância, adoravam estas figuras. E na eventualidade de se terem tornado coleccionadores, é mais que provável que os tenham de ter substituído algures no tempo. Afinal, eram para isso que serviam, para brincar.

   

sábado, 15 de janeiro de 2011

Montagem

Tendo esperado 24 anos por este privilégio e há mais de 10 anos à espera de uma decisão da minha consciência, decidi montar um Snow Cat. Não é o exclusivo do Toys R Us de 2003, mas o "verdadeiro", o original de 1985 nos EUA e que chegou a Portugal com a 1ª colecção em 1987.


Sacrilégio, dirão muitos, sendo que o valor de um veículo destes selado é 5 vezes superior ao resultado da minha profanação. Mas este era o momento. Tendo mostrado aqui tantas razões que formam a minha opinião quanto à superioridade desta marca, faltaria sempre mostrar efectivamente a diferença entre o passado e o presente no que toca à montagem de um brinquedo de culto.


Quando retirávamos o conteúdo da caixa, além da figura de acção e dos acessórios da mesma (quando existiam), o nosso veículo assemelhava-se a um kit de modelo. Estávamos em 1987 e os aviões de montar, carros e barcos eram presenças muito comuns no mercado. Muito procurados até pelas crianças. A Hasbro soube explorar isso com sapiência.  


Uma primeira leitura oblíqua das instruções e uma olhadela para as peças serviam para verificar se tudo estava presente. Como se pode ver, muitas das peças vinham em "árvores" de plástico. E embora as diferentes partes fossem facilmente removidas, os restos de plástico que vinham agarrados, embora não fossem notórios, podiam ser removidos com um x-acto (ou um bisturi para os mais modelistas) para que as superfícies ficassem suaves. O resultado era um grupo maior ou mais pequeno de peças prontas a integrar o veículo.


Era chegado o momento. Iniciar a montagem. A cada peça que encaixava na perfeição (como era apanágio dos veículos até finais dos anos 90) só temia que algo se partisse, uma vez que este Snow Cat estava guardado há quase uma dúzia de anos. Mas o plástico de boa qualidade esteve à altura da sua fama. 


Quando o chassis encaixou no topo superior e comecei a ver o "gato da neve" a ganhar a sua forma característica, não pude deixar de sorrir com a nostalgia. Lembro-me bem de olhar para o catálogo e em vão, procurar nas lojas. Este é outro dos meus favoritos de sempre.


O próximo passo era a montagem dos torpedos e encaixe dos mísseis. Finalmente, a aplicação dos autocolantes. Esta é a versão original (G.I.Joe). A versão que chegou a Portugal em 1987 era Action Force. Em termos de autocolantes, curiosamente, a versão "europeia" era imensamente superior. Os autocolantes eram de maior qualidade e durabilidade. Os autocolantes de 1985 deste Snow Cat são um autêntico desastre. A cola abandonava a parte de contacto e expandia para fora, dando um aspecto horrendo de contraste com a imaculada área a que se destinava. Enfim, detalhes.


 O "Gato" estava pronto. E não eram os autocolantes que me iriam estragar a festa. Este veículo, com capacidade para 10 figuras, é uma imagem perfeita da razão que me fez estar aqui, mais de duas décadas volvidas, a apreciar em silêncio e calma aparente... uma jóia.


Tudo neste veículo é demonstrativo da era e intemporalidade desta colecção. As peças são funcionais e não só de decoração. Depois da montagem, torna-se um brinquedo robusto e durável. Pronto para aventuras e campos de batalha. Preparado para enfrentar os Cobra


Na cabine, e para gáudio dos leitores, o condutor incluído com este veículo, Frostbite.


Especializado em condução de veículos a motor e de blindados, viveu toda a sua vida em meios gelados e áridos. Ingressando no exército, teve treino de armamento ligeiro e mecânica. Um sobrevivente e um precioso membro dos G.I.Joe.

 

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Andróides

Em 1988 com o 2º catálogo, chegaria uma figura andróide, o B.A.T. (Battle Android Trooper). Original de 1986 nos EUA, pertencia à 5ª série norte-americana.


As tropas andróides dos Cobra eram de uma utilidade que em muitos casos superava a dos humanos. Não só seguiam ordens sem questionar, não se queixavam, não tinham dores, não pediam mais dinheiro nem comida, eram as unidades ideais para enviar para batalhas onde o risco era grande.

 
Como figura era inovadora na marca, pois trazia como armas acessórios conectáveis à mão direita. Além de uma mão que podia segurar qualquer acessório de qualquer figura, na sua mochila trazia armas variadas. No peito, e como sinal dos tempos, um holograma que mudava de imagem conforme o ângulo. Naquela altura todos nós brincámos com réguas de holograma que mudavam a imagem conforme a inclinávamos. Foi o conceito adaptado a esta figura.


E porque o holograma era impresso em cartão, o mais comum acidente devia-se à falha da colagem (uma gota de plástico quente) que fazia com que o holograma caísse e muitas vezes se perdesse. Uma gota de cola de colagem rápida resolvia o problema.

 
A música do genérico de G.I.Joe diz "they never say die" (eles nunca dizem morre). E como estes B.A.T. eram andróides, na série animada eram os únicos a serem destruídos. Outro sinal dos tempos... altura em que os desenhos animados eram também "anúncios de serviço público".

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Acessórios de Batalha

O 2º catálogo a chegar a Portugal foi em 1988. Com ele, uma panóplia de veículos e estações de batalha de um leque de anteriores séries nos EUA (de 1983 a 1986). E uma novidade para Portugal, os acessórios de batalha (que se incluíam na categoria dos veículos).


A unidade de depósito de armas (Ammo Dump Unit - 1985, EUA) era composta por equipamento variado. De caixas de projécteis de menor calibre a rockets e bombas passando até por um bidão de combustível!

A caixa de "madeira" incluía nalguns casos novas pinturas de armamento incluído em veículos que haviam já sido lançados nos EUA e em Portugal no ano anterior (caso do Cobra F.A.N.G.). Trazia também 2 bases para figuras, que era útil para quem gostava de as ter expostas!


Também os Cobra receberiam o seu "acessório de batalha" o Rifle Range Unit, que era uma carreira de tiro para treino. também este "Battlefield Accessory" datava de 1985, série 4 nos EUA. O meu 1º foi comprado num dia de praia e montado na areia. Felizmente, nada se perdeu nem houveram grãos a entrar nos autocolantes.


Nesse catálogo e na mesma imagem dos "acessórios de batalha", vinham também mais "estações de batalha", e também de 1985 nos EUA, o Forward Observer Unit. Formado por uma tenda, monóculo e rádio, (além de armamento) era um posto de observação e ataque por morteiro.


Já de 1986 (EUA) vinha incluído no catálogo de 1988 (Portugal) o L.A.W., uma arma laser de artilharia. Simples, mas fantástica em termos de design. Outra imagem do "possível futuro" nos campos de batalha.


O Outpost Defender era um posto avançado. Um dos meus preferidos. Tinha um aspecto mais "militar" e mais contextualizado com a actualidade (na altura). Trazia uma caixa com 3 espingardas e um canhão para afastar invasores. Também de 1986 (EUA). Uma estação de batalha de médio tamanho, podia abrigar 5 ou 6 Joes no seu interior. Comprei o meu 1º "Outpost" no mesmo dia que comprei o Rifle Range. E foi durante muitos anos um dos meus "habituais" em todas as cenas de acção.


A "versão" dos Cobra era inevitavelmente mais mecânica. Além da fantástica cor que se tornaria conhecida como "Cobra Blue", era uma estação de detecção, transmissão e defesa, bem armada e extremamente bem concebida. Outro favorito, embora só viesse a ter uma destas já como coleccionador. Um original de 1986, fechava a linha de "estações de batalha" da série.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Triciclo armado

Em 1987 (EUA) os Dreadnoks receberam um dos veículos mais dignos da sua imagem de marca... o Dreadnok (Tri-)Cycle...


Com capacidade para dois ocupantes (condutor e artilheiro) vinha equipado com um canhão assente numa base que rodava 360º e 2 mísseis anti-tanque guiados por laser.

 
De simples construção e de plástico pouco quebrável, era um dos brinquedos com mais durabilidade da colecção. Se bem que para o manter em condição de coleccionável exigia que não se rodasse com ele em terrenos ásperos porque as rodas não tinham qualquer revestimento de borracha.


Um dos meus favoritos em 1989 (quando foi lançado em Portugal), veio substituir a minha estranha criação que havia sido montada com partes de um Ferret. Sempre adorei ATVs e este é de facto um veículo único.  na imagem, Monkeywrench no lugar de condutor e Road Pig no canhão...


Road Pig é um caso diferente de todos os outros Dreadnoks. Foi o único a atravessar um período experimental com o grupo, antes de ser oficialmente integrado. Era demasiado mau mesmo para os parâmetros deles. Extremamente ofensivo e odioso, além de cheirar demasiado mal...


Original da 7ª série (1988, EUA) chegou a Portugal em 1990. Recordo-me de o comprar no Pão de Açucar (Jumbo) a 595$ escudos (cerca de 3€ na moeda actual). Esta figura fazia lembrar o Arnold Schwarzenegger a muita gente, e eu não era excepção.